Índios do Maranhão um novo Olhar Antropológico
Nosso Blog é voltado para os Povos Indígenas do Maranhão, do Brasil e do Mundo, falando sobre assuntos como poíticas públicas, educação escolar indígena, saúde, indigenismo e vários outros temas que dizem respeito aos povos indígenas.
sábado, 1 de fevereiro de 2020
Índios isolados estão em perigo!
Os índios isolados podem está em perigo governamental, tendo em vista uma possível nova política do governo federal!
Retorno
Informamos aos nossos leitores que estamos retornando as nossas postagens
domingo, 17 de janeiro de 2016
O mito Timbira da Aldeia Grande (Krih cati)
Durante minha permanência entre os Canelas, Ramkokamekrá e Apanjekrá, fiz questão de dedicar quase metade do meu tempo em estudar a mitologia daqueles povos, que tão parecidos para o senso comum e tão específicos um para o outro, como para nós antropólogos.
Um dos mitos interessantes e de importância maior para minha pesquisa, foi o mito da Aldeia Grande, e a percepção, contextualização para ambos os povos aqui em questão. Procurei verificar como os R-Canela percebiam esse mito e como os A-Canelas também percebiam o mesmo mito. verifiquei e registrei em ambos os povos como cada um descrevia tal mito, por diferentes classes de idade em ambas sociedades, tendo o cuidado de analisar os grupos de classes de idades de cada povos.
O Mito da Aldeia Grande, ou Kricati, fala de uma época remota entre os Timbira, quando todos os povos Timbira viviam em uma harmonia utópica, sem guerras e numa estrutura imensa, em um local que se diferencia de povo para povo quando os mesmos estão detalhando o mito.
Nessa época havia abundância de caça, frutas e todos os ritos e manifestações culturais eram grandiosas. Um certo dia, através de uma brincadeira infantil, duas crianças entraram em conflito e acabaram se ferindo, sendo que uma veio a falecer, e as famílias tiveram que tomar uma atitude para não entrarem em conflito com maior grau.
Famílias intervenientes e de maior prestigio nas celebrações das Festas e ritos interveio e aos poucos, famílias por família solicitaram a retirada das mesmas para regiões diferentes, e cada família que saia do circulo da Grande Aldeia recebiam um nome especifico e de característica própria.
Ao final e como forma de legitimação de auto afirmação como povo autônomo e original, a etnia que encontrava-se relatando o mito, era a etnia de destaque e que permaneceu no local de origem da primeira aldeia timbira, dessa forma, se estivéssemos falando com os R-Canela, os mesmos se colocavam como o povo timbira de origem e da mesma forma os Apanjekrá.
Consideramos tal atitude como já esperada e também temos isso como um padrão mitológico e estrutural, em varias outras sociedades, não só as indígenas. O que nos interessa aqui são os conceitos de surgimento e característicos da sociedade ou melhor da Forma Timbira (Azanha, 1984), o reconhecimento de suas origens como um povo só, tendo em vista a forma circular das aldeias, o corte de cabelo, a língua, os ritos, os mitos, e tantas outras características que compõe e tornam esses povos como únicos.
domingo, 27 de dezembro de 2015
Do Mito de Awkhê à “Revolução de 1963”
Um pouco sobre o Messianismo Canela
Texto retirado Monografia de Jonaton Junior
Awkhê Ressignificado
No final de janeiro 1963, uma mulher chamada Maria Castelo Kee-kwëi
estava na beira do córrego Santo Estevão, recolhendo a mandioca que havia colocado
de molho para fazer farinha, quando sentiu seu ventre mexer e uma voz lhe
falar: “Mamãe, aqui esta muito quente,
vamos para casa!”.
Isso ocorreu num momento posterior a um ano de grande colheita de
produtos agrícolas plantados numa parceria entre Canelas e sertanejos da região
do povoado Leandro. Essa roça era
comandada pelo então vereador Messias e por um Canela, Raimundo Roberto Kaapêl-tük.
Maria Castelo indagou quem estava falando e a criança respondeu que era a
irmã de Awkhê e novamente chamou-a para
ir para casa porque seu pai estava chegando com caças e Maria Castelo deveria
fazer xebere e
esquentar água para cozinhá-las.
A irmã de Awkhê relatou, então,
para sua mãe quais as caças que seu pai estaria trazendo e na chegada de Prew, esposo de Maria Castelo Kee-kwëi, a versão da criança teria sido
confirmada. Segundo Herculano Prew, o
marido de Maria Castelo, na ocasião, a irmã de Awkhê, que estava no ventre de Maria Castelo, profetizou quais eram
as caças que ele havia matado.
Depois de alguns dias Maria Castelo e seu esposo retornaram de sua roça
no Brejo da Raposa, para sua comunidade, Aldeia Velha. Antes do anoitecer, quando os dois estavam a porta de sua casa a criança
que estava no ventre, então denominada “filha de Jesus” apareceu aos pais, na forma de uma Canela de mais ou menos onze anos de idade,
de pele branca e ornamentada com corte de cabelo e pintada segundo os costumes,
anunciando que quando nascesse os índios
passariam a viver como os brancos e os
brancos viveriam como índios.
Prew, o pai da criança, em 2002
narrou o ocorrido afirmando que a criança teria lhe dito:
“Papai, já andei em varias nações, mais vocês aqui me agradaram mais,
por isso eu cheguei aqui onde estão vocês. Vocês todos podem ficar alegre,
essas coisas que têm no Brasil todo é nosso, tudo é nosso!”.
Em seguida, segundo (CROCKER, 1976: 517), Maria
Castelo teria ido até a casa de sua “Tia” e de seu “Tio” (Kéti) maternos contar-lhes a novidade. No dia seguinte, o conselho
de anciões foi informado do fato pelo esposo e pelo tio materno (Kéti) de Maria Castelo. Depois disso,
vários mensageiros foram enviados para as outras três comunidades Canela (Campestre,
Baixão Preto e Aldeia do Ponto, para divulgar o corrido.
Segundo Crocker (1976) o desejo
de Krää-kwëi era que os Canelas não
permanecessem divididos em
facções. Naquele momento, varias lideranças jovens foram
chamadas para acompanhar a líder messiânica, criando-se, a partir deste momento,
uma hierarquização de cargos dentro da aldeia. Foram criados os cargos de governador, delegado e soldados,
entre outros. A ocupação dos cargos era definida pela a importância do individuo
dentro da comunidade, sua situação econômica e também a sua lealdade a líder
messiânica.
A noticia da “boa nova” espalhou-se para os outros centros de roça
e pequenas aldeias. Segundo Carneiro da Cunha (1986), nesta ocasião foram
instituídas novas normas de comportamento, tais como tentativa de alteração do
sistema de nominação e normas de comportamento sexual que rompiam com tabus
anteriores no que se refere as relações dentro do mesmo grupo doméstico.
Segundo Crocker (1976), há indícios de
que Kee-kwëi acreditasse que a mudança nas regras de parentesco, eliminando
os parentes secundários e os primários mais distantes, os tornaria mais
semelhantes aos “civilizados”, que tinham um número muito menor de parentes do
que os Canela.
A líder messiânica empreendeu viagem, acompanhada dos seus seguidores, por
todo o território Canela, saindo da Aldeia Velha, seguindo para o Campestre, o
Baixão Preto e depois indo para a Aldeia do Ponto. No último trecho os índios montaram
Maria Castelo em um cavalo, protegida por folhas.
Maria Castelo entrou na aldeia do Ponto como “uma rainha” e toda a
comunidade passou a lhe acompanhar e apoiar seus ditames. Depois de sua
chegada, varias medidas foram tomadas para acelerar a transformação “dos
índios em brancos e dos brancos em índios”. Umas das primeiras medidas foi orientar
que todos se desfizessem de suas armas. Depois começaram as danças no pátio
tanto durante o dia, como durante a noite, sete dias por semana (CROCKER, 1976).
As suas danças tradicionais eram realizadas nas segundas, terças, quartas
e quinta feiras no pátio (CROCKER, 1976: 519) e durante esse período foram
obrigados a dançar por muito mais tempo, sendo aplicadas punições aos que não
cumprissem essa determinação. As sextas-feiras, sábados e domingos, os Canelas
dançavam à maneira dos sertanejos, aos pares, ao som da música de acordeão do
jovem Caahï, de uns 20 anos de idade (CROCKER, 1976:519).
Entre as punições para quem não dançasse como a profetisa queria,
segundo Crocker (1976: 519), estavam:
[...] amarrar
o infrator e mantê-lo sentado, durante horas, no topo de um tronco de buriti
cheio de pedras fragosas. Outra forma de punição consistia em: fazer passar uma
fila de mulheres diante dos réus masculinos amarrados, cada uma das quais lhes
arrancavam alguns tufos de pêlos púbicos.
De acordo com relatos dos Canela, P.A. Crôôto, irmão da líder, solicitou-lhe, em nome da comunidade, que
desse de comer a todos em nome de Awkhê,
solicitação essa recusada por duas vezes. Na terceira vez, o pedido foi atendido
e sugerido que o alimento que atenderia a todos seriam as “rezes” dos
“civilizados ”, que
deveriam ser apropriadas pelos Canela.
Algumas lideranças Canela não concordavam com as atitudes da profetisa. Entre
esses lideres estavam o velho Kaapêl-tük,
chefe da comunidade do Baixão Preto, Mii-krô,
tradicionalista e curador e Côhgannãl,
poderoso curador, que anteciparam os acontecimentos baseados nas noticias trazidas
por alguns sertanejos que vinham avisar aos Canelas de um possível ataque as
suas aldeias por causa dos roubos de “rezes” (CROCKER,
1976:520).
Com a aproximação
do nascimento de Krää-kwëi, o movimento tomou a forma de “revolução”. As danças intensificaram-se, a tentativa de
quebra do sistema de parentesco incentivado pela profetisa cresceu cada vez mais, juntamente com, as punições
para os indivíduos que não fizessem sua vontade:
Passou algum tempo,
continuávamos dançando e amarrando cunhã nova só de tanga, nua mesmo. Era o
Raimundo Roberto que mandava nesse tempo, seguíamos as ordens dele,
ordens fortes. Quase pegaram minha irmã mais nova. Tinha cachaça de cupẽ
nesse tempo, tomei quatro doses e peguei um facão pequeno (corneta), que tinha
naquele tempo, perguntei para Maria Castelo [mãe] se queria amarrar minha irmã,
Ela respondeu que não era ela, mais sim o povo, eu disse então que deveriam
largar minha irmã, e que se alguém viesse contra mim eu podia até matar, mais
não iriam amarrar Rosinha.
Ela então
mandou eu sentar, ficou me amansando, mandou chamar o RRK,
nos conversamos, ele perguntou se eu havia chegado com valentia e eu disse que
não, que não queria que minha irmã ficasse mostrando suas partes e ele
concordou. (Relatado por
José Diogo Pep-rêl a
Jonaton Alves da Silva Junior* em 27/03/2003-
Aldeia Escalvado
No relato acima, o
informante fala sobre as danças e as punições para os indivíduos que
desobedecessem as ordens da profetisa e de seu feto, tomando como referência
uma punição que envolvia uma de suas irmãs. Outro ponto importante, e que se
intensificou durante o mês de maio no movimento, foi a presença da “cachaça”
durante as danças (CROCKER, 1976:522).
Durante esse
período, de meados de maio para junho, os roubos de gado passaram a se tornar
cada vez mais constantes, segundo a maioria dos informantes, incentivados por
P.A. Crôôto:
Depois de um dia, no outro pela manhã ela me chamou, fui até seu
encontro, fui lá já tinham combinado sobre pegar os gados, isso no dia anterior
sobre pedido do Paulo Adriano, para pegar o gado*.
Ela mandou pegar muitos gados e pediu para eu ir ao Bom Lugar com o Marcelino e
trouxemos 15 gados, chegamos às três horas da tarde e eles mataram todos, todos
fazendo berubu com
arroz e comendo.
A morte do feto se
deu em 13 de maio de 1963. Há divergências no que se refere ao motivo. Uma delas, afirma que
Maria Castelo teria abortado por ter sido enfeitiçada por um Apaniekrá, que
teria sido rejeitado sexualmente pela profetisa (CARNEIRO DA CUNHA, 1986: 15).
Este Apaniekrá estava participando do movimento, vindo da aldeia dos
Porquinhos. Naquele ano, era tido como “Caj” (Xamã) e teria sido o causador do
aborto (CROCKER, 1976:521).
Outra explicação, e
a mais citada nos relatos recolhidos durante minha pesquisa, aponta que “Awkhê/Krää-kwëi” estaria
insatisfeito por causa dos roubos de “rezes”, deixando o ventre de Maria
Castelo sem avisar. Nesse momento “Satanás” teria ficado no
lugar de Krää-kwëi, causando os acontecimentos que viriam depois, principalmente o roubo
de gados dos “civilizados” (Idem). Essa explicação também é citada por Crocker (1976: 521) e Melatti
(1972: 74), este último quando faz uma comparação entre os movimentos
messiânicos Canela e Krahô,
O aborto ocorreu
durante as danças. Maria Castelo sentiu dores abdominais e foi chamada uma das
parteiras da aldeia, que também estava participando do movimento. Os homens se
retiraram de perto da profetisa, como é costume entre os Canela, todos ficando em
frente à casa onde se encontrava a profetisa em trabalho de parto.
O “nascimento” da
criança não causou nenhuma metamorfose, tudo continuou da mesma forma, o que
causou um desapontamento geral. Havia ainda a esperança na “Boa Nova” (CROCKER,
1976: 521; CARNEIRO DA CUNHA, 1986: 15). A profetisa ficou debilitada depois do
aborto, segundo informantes, não morrendo por causa das “rezas de Kaapêl-tük” e de sua
parteira, que permaneceu sempre ao seu lado (CROCKER, 1976: 520).
Depois desse
acontecimento, R.R. Kaapêl-tük, segundo Crocker (1976:521) “obteve
uma ascendência que ele continuou a explorar”, dentro do movimento. Sua
ascenção marcou o rumo que o movimento tomou, em se tratando da influência do
catolicismo.
Para se confirmar a
força e poder do catolicismo popular de Kaapêl-tük após o aborto da
profetisa, podemos citar algumas atitudes tomadas pelos Canela a partir daquele
momento, como por exemplo, a construção de um “ataúde”, produzido pelo amigo
cerimonial de Krää-kwëi (segundo a tradição sertaneja). Foi construída uma casa de barro,
reforçada com estacas, onde foi enterrado o feto. Esse “altar” teria sido
construído a pedido do próprio Awkhê, segundo Maria Castelo, e foi colocado
perto do caminho radial que levava ao pátio da aldeia (CROCKER, 1976:521).
No entanto o movimento continuou sob o domínio da profetisa, mesmo ela
tendo perdido parte de seu poder de dominação para Kaapêl-tük, que buscou mecanismos
que viessem a reafirmar sua força frente aos Canela e desse continuidade ao
movimento.
A sobrevivência do movimento teve como pontos fundamentais a influência
de Kaapêl-tük e seu catolicismo popular e o casamento de Maria Castelo com Caprêêprêc, filho de um dos maiores
lideres tradicionais dos Canelas. Os elementos do catolicismo popular de Kaapêl-tük, com a participação de Caprêêprêc decorriam do contato de Caprêêprêc com religiosos em Barra do
Corda, chegando a ser “afilhado” de um padre, que lhe deu seu nome Cupê.
Durante o sepultamento todos deveriam cheirar o cadáver, prestando homenagens
à irmã de Awkhê e também ao próprio Awkhê. As visitas ao túmulo eram diárias
e sempre ao cair do dia, celebradas também por cânticos católicos entoados por Kaapêl-tük.
Maria Castelo continuava a afirmar que estava com Krää-kwëi em seu ventre,
que apenas seu corpo havia ido embora. Assim, todos lhe prestavam homenagens,
beijando seu ventre e recebendo suas benções. Depois desses acontecimentos,
novos mecanismos de manutenção de poder foram buscados pela líder. Entre eles,
como já referido, estavam o termino do seu casamento com Prew e seu casamento com o filho de um dos lideres Canela, o jovem Caprêêprêc, de 16 anos de idade, que
estudava em Barra do Corda, conseguindo desta forma, manter-se no poder.
Segundo Caprêêprêc, seu pai foi até o Seminário
pedir a Frei Aristides, que liberasse seu filho para ir à aldeia para uma festa
que seu irmão iria participar. Essa era uma desculpa para se casar com Maria
Castelo, a mesma mulher que havia sido esposa de seu pai nas décadas de 30 e
40.
Aristides também relatou que a promessa feita por
ela, foi de que “se ele a acompanhasse, os dois viveriam como rei e rainha no
céu e que os índios passariam a viver como os brancos e os brancos como índios”.
Houve uma intensificação do movimento entre os meses de junho e julho. Além das danças, outros mecanismos de intensificação do
movimento foram utilizados, visando à imediata transformação dos Canelas em
não-índios e vice-versa. Logo depois do aborto da profetisa, houve uma mudança
no ritmo do movimento messiânico. Antes, os mecanismos de aceleração, ainda que
de forma incipiente, exaltavam tanto costumes Canela como costumes dos
sertanejos e moradores das cidades, como, por exemplo, a dança Canela durante a
semana, e a dança ao modo sertanejo nos finais de semana (CROCKER, 1976).
Depois, passaram a vender todas as armas Canela. A profetisa considerava que
não seriam mais necessárias, já que assumiriam os bens dos brancos. Melatti
(1972:67) observou o mesmo tipo de mecanismo durante o messianismo Krahô, que interpretou como uma negação
das tradições indígenas.
Os participantes do Movimento assim explicaram essa atitude:
Ela mandou nos vender tudo que tinha tanto arma,
com animais, era pra vender tudo, nos ficamos sem nada, ela dizia que quando
acontecesse, e nos mudasse, tudo que nos tinha vendido voltaria em dinheiro, eu
seria o mais rico, vendi muita coisa, as outras dei pra ela cumê. Maria Castelo enganou o “Caboco”[15]
fez vender as armas, arco flechas, ficaram de mãos limpas, só andavam de
Cacete, com “borduninha” na mão, por isso que não foi matado nenhum Cupẽ,
mais se Maria Castelo não enganasse fazendo nos vendermos os arcos e flechas e
as outras armas, tinha acontecido as coisas de outra forma. R.R.Kaapêl-tük Aldeia Escalvado 08/07/04
Além da venda das armas e outros objetos, uma prática
executada por eles durante esse período era a compra de objetos de usados pelos
não-índios, como, por exemplo, jóias, e cosméticos para o rosto, entre outros
(CROCKER, 197:519).
Depois de se desfazerem de todos os bens (animais de cargas,
gados, etc.) e artefatos (arcos e flechas, espingardas, etc.) que faziam referência
aos costumes Canela, ficaram aguardando
o retorno em tecnologias dos Cupê,
como também em dinheiro e outras coisas anunciadas pela profetisa.
A venda dos bens Canela remete para uma passagem do mito de Awkhê, onde ele dialoga com seus
“parentes e ancestrais” sobre como deveriam estar vivendo. Desfazer-se dos bens
indígenas seria uma forma de inverter a escolha ancestral, dando espaço para a
introdução dos objetos do Cupê:
Vocês sempre irão ficar desse jeito, sem nada, em vez
de vocês ficarem com a espingarda, o arco não vai levar vocês para frente,
agora a espingarda vai, vocês nunca terão recurso nenhum! Aí ficaram morando
assim desse jeito!(Mito de Awkhê Versão recolhida em Março de 2002 Por Jonaton
Alves da Silva Jr. (Aldeia Escalvado) Informante Sr. José Pires Cahhàl Canela (Zé Pires), 50 anos).
Podemos perceber na
fala do informante a tentativa de afirmar uma nova forma de ser Canela, que se
daria pelo reconhecimento de um “suposto erro” cometido por seus ancestrais
durante a escolha do arco, no lugar da espingarda, a qual era desejo de Awkhê para seu povo.
Segundo depoimento de José Pires Cahhàl,
depois da intensificação dos roubos de “rezes”, passaram a receber avisos dos
sertanejos com os quais mantinham contato, de que haveria um ataque às suas
aldeias. Quem tomou a frente do ataque foi o então vereador de Barra do Corda
Messias Ferreira de Sousa e mais alguns moradores da região ao redor da Terra
Indígena Canela, que contrataram um “Pistoleiro” para “matar todos os Canelas”.
O pistoleiro contratado era Miguel Veríssimo, morador da região de
Tuntum, bastante conhecido como cangaceiro, segundo depoimento de alguns
moradores da região do sertão de Barra do Corda, como também da região de Tuntum,
na época município de Barra do Corda.
Houve dois ataques aos Canela, um no dia
7 e outro dia 11 de Julho de 1963. O número de mortos varia conforme o
informante, chegando a cinco, como é citado por Crocker (1976: 523). Durante o primeiro ataque na Aldeia Velha, foi morta
apenas uma pessoa, ficando outros feridos. Casas foram queimadas, numa total
destruição desta localidade, conforme descrito pelo Jornal do Povo, de
18.07.1963:
Barra do Corda 12 (De Nonato Cruz)---Um grupo de
homens fortemente armados e comandados pelo temível cangaceiro do município de
Tuntum, conhecido por Miguel Veríssimo, desfechou vários ataques à tribo de
índios Canelas, no Posto indígena Capitão Uirá, neste município. O acidente
teria como causa o fato dos índios terem abatidos varias cabeças de gado dos
fazendeiros localizados nas proximidades da tribo dos índios referido[16]
Depois do ataque de 11 de Julho, e da morte de mais quatro Canelas, Maria
Castelo teve seu poder e prestigio diminuído frente ao seu povo. Também, depois
dos acontecimentos de 11 de julho, o Prefeito de Barra do Corda, juntamente com
um funcionário Canela e outros funcionários do SPI (Serviço de Proteção ao
Índio) seguiu em comitiva para aldeia do Ponto, passando primeiro no povoado em
que os sertanejos estavam reunidos, para continuar com os ataques, segundo
matéria do Jornal do Povo de 18.07.1963:
O Prefeito de Barra do
Corda sr. Edsol Falcão da Costa Gomes, atendendo solicitação do Inspetor
Olimpio Martins Cruz, chefe da Inspetoria Regional do SPI no Maranhão e que se
encontra doente nesta cidade, seguio de jipe, ontem para o local dos combates
juntamente com uma comissão de funcionários do Serviço de Proteção aos Índios
(sic), a fim de tentar uma pacificação e ao mesmo tempo prestar socorro aos
feridos.
Barra do Corda 13 (Nonato Cruz) Urgente---- Segundo
ultimas noticias chegadas hoje a esta cidade o jipe que conduzia a Comissão do
SPI e o Prefeito de Barra do Corda para o local das lutas entre índios e
civilizados, foi interceptado na vila Leandro, dêste Município, pelos bandos
armados que persistem no propósito de continuar os ataques aos índios Canélas.
Os criadores da região continuam aliciando homens e comprando armas e balas.
Após estes ataques, os Canela foram levados pelo SPI para a aldeia
Sardinha. A líder messiânica isolou-se na localidade chamada Rodeador,
morrendo entre os anos de 1967/1968,
entre a localidade chamada de Ourives e Matinha,
dois quilômetros distantes da margem esquerda da estrada na direção de Barra do
Corda, em uma antiga aldeia Canela, abandonada deste 1953/1954.
Uma das
hipóteses seria que teria sido morta pelo velho Caj (Xamã), Sabino Mĩĩ-krôô, asfixiada. Este, depois de ter
ficado sozinho com a líder messiânica, teria assassinado-a e anunciado a todos que ela havia morrido
porque estava doente.
Clastres
(2004:110) comenta sobre o significado do Xamã entre povos indígenas da América
do Sul, onde goza de um estatuto considerável, sendo, ao mesmo tempo, senhor da
morte.
A hipótese de
morte natural também é sustentada pelos Canela, mas não souberam dizer que
doença teria afligido a profetisa Kee-kwëi.
Essa hipótese
está articulada a noção de Pahàm, ou
seja, “Vergonha” entre os Canela. O
sentimento de vergonha pode ter desencadeado
o quadro doentio que acometeu a líder.
Coelho de Sousa (2004), ao discutir a idéia de Pahám, argumenta que esta se aplica também
ao descumprimento do pagamento de dotes ou outros por seus
responsáveis.
O Pahàm, não se aplica apenas a situações “públicas” da sociedade Canela,
mas também privadas, que ocorrem fora do pátio da aldeia. Incluem-se nesse caso
aquilo que designam “palavras de Pahàm”,
para nomear o que é interdito nas relações do grupo doméstico.
A profetisa teria quebrado essas regras de Pahàm ao tentar instituir novas formas
de relacionamento que iam contra regras até então estabelecidas, como por
exemplo, a nomeação de sua filha (irmã de Awkhê),
como descreve Carneiro da Cunha (1986:23):
Entre
os Timbira orientais, os nomes não são escolhidos pelos pais, mas transmitidos
por um doador que será um kéti para
um menino e uma tei no caso de uma menina. [...] Ora, o nome de Krää-kwei
não é um nome, no sentido canela, por duas razoes: porque é escolhido pela mãe
(antes mesmo do nascimento) e porque pretende descrever a criança. Em outras
palavras, Krää-kwei não é invertida de uma “persona”,
ela própria é “persona”, mascara e
protótipo, que outros, somente depois dela, poderão assumir. Em Krää-kwei,
o individuo e a pessoa se confundem, e seu nome a significa: ela é seca.
O
Pahàm que assolou a figura da profetisa e
de seus familiares depois do movimento teria sido de grandes proporções, explicando
seu isolamento em relação aos demais Canelas e sua “loucura” pós-movimento, que
surge como mais um sintoma do seu pahàm.
A morte, aparentemente inexplicada da maioria de seus
familiares diretos, ou seja, que tinham morado em seu ihcàxà,
pode indicar mais uma expressão de Pahàm.
Durante a permanência dos Canelas na localidade Sardinha, Maria Castelo
permaneceu isolada de seu povo, juntamente com alguns familiares que pertenciam
ao seu segmento residencial, e outros que colocavam roça naquela região.
Os Canelas, permaneceram na Sardinha, até o final da década de 1960, no
que Crocker&Crocker (2004: 31), chamou de Exile to the Forests of Sardinha. Os Canela sofreram para adaptar-se a uma região de floresta por
estarem acostumados ao cerrado. Muitos adoeceram durante o período, outros
chegavam a sair da floresta para caçar perto da aldeia do Ponto, por não
saberem praticar essa atividade na floresta, como nos foi relatado em
entrevista por alguns ex-funcionários do extinto SPI.
Em 1966, veio a “permissão” para o retorno a terra Canela para aqueles
que o desejassem. Em 1968, veio a determinação para que todos fossem levados de
volta a sua terra, ao cerrado, quando foi iniciado o processo de demarcação da
terra indígena Canela Buriti Velho.
Com o termino do “Exile to the Forests of Sardinha.”
Começou uma nova fase no processo de relacionamento entre Canelas e
sertanejos. A aldeia foi construída em outra localidade, chamada Escalvado,
durante os anos de 1969 e 1970. Já havia sido extinto o SPI e criada a Fundação
Nacional do Índio (FUNAI). Os Canelas não parecem terem percebido essa
transformação.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Questões sobre identidade observadas no
livro Nômade de Ayaan Hirsi Ali
Depois de um
bom tempo ausente de nosso Blog, resolvemos retornar as nossas atividades
semanais e jornalísticas referente aos povos indígenas do Maranhão e Brasil.
Sempre observando as questões antropológicas, sociológicas e políticas desses
povos, tendo em vista o aprofundamento de temas que dizem respeito aos mesmos.
Para nosso
retorno, não quero falar sobre uma obra já lida por nós, apenas relatar alguns
pontos da obra de Ayaan Hirsi Ali, seu lançamento “Nômade”, onde a mesma trata
de suas viagens de exílio, primeiramente para a Holanda e depois para os
Estados Unidos, destacando a percepção e ações frente a sua família, Pai, Irmã
e Mãe (até onde li, e não consigo parar de ler).
A obra dessa
autora, com seus comentários frente ao conceito de homem e mulher, fez-me
remeter aos índios Timbira, como as mesmas vivem e se comportam frente aos homens, o modo de vida dos mesmos,
rituais e cultura em geral.
Observamos na
obra de Hirsi (2011), o sofrimento das mulheres muçulmanas em se tratando de
certos temas de suas sociedades, a impossibilidade de um feminismo ativista
entre os mesmos e o destacamento de mulheres para certas ações das esferas
daquela sociedade.
Já estivemos em
campo com algumas antropólogas e antropólogos que sempre nos questionava o que
seria melhor “ser” entre os Canelas, por exemplo, homem ou mulher. E sempre respondíamos
que dependia de como e em que circunstância. E acho que essa é a resposta mais plausível.
O homem Timbira
(Canela), por exemplo, em seus tempos históricos nasciam e eram treinados para
a guerra entre outras sociedades timbira, cresciam e se casavam, sempre
honrando e observando sua classe de
idade, metades e suas ligações matrilocais. Todos os dias pela manhã tomar dois
café da manhã, um em casa de matrimônio e outro na sua casa materna. No final
da tarde depois do banho, antes de ir para sua casa matrimonial, outra visita a
casa materna, nesse caso, às vezes um lanche antes de seguir.
Relacionamentos
extraconjugais eram sempre fruto de perguntas também e a resposta era, para as
mulheres essa forma de comportamento era mais fácil, devido aos mecanismos de
casamento entre os mesmos e as metades sazonais e de nascimento entre as famílias.
Os plantíos
(roças), os homens têm a obrigação de desenvolverem, mais as mesmas têm por
donas as esposas e filhas, os setores de plantíos são heranças matrilineares,
como antigos locais de grupos de mulheres, o circulo da aldeia é mantido
somente através do nascimento das mulheres e suas famílias.
As criticas
partem de algumas festas (rituais) entre os mesmos que têm as mulheres como atrizes
principais, como por exemplo, (krôjanpin) ou mesmo Festa da Laranja,
antagonismos antropológicos. Para algumas feministas tais rituais são
distorcidos e alvo de criticas, mesmo assim me pergunto, e em nossas pesquisas
nos perguntávamos, se essas mulheres que
participam desses ritos são obrigadas a participar....se gostam....quais os
sentimentos instigados as mesmas...
Dessa forma,
percorro o livro de Ayaan Hirsi Ali (2011) tentando sempre observar esses
pontos, e fazendo o quadro de comparação entre as duas perspectivas, que são
diferentes, em continentes distantes, momentos afastados, exercícios para a
mente e para o relativismo cultural.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Presidenta da Funai participa de assembleia comemorativa aos 20 anos de regularização da Terra Indígena Yanomami
A presidenta da Funai, Marta Maria Azevedo, participou da VII Assembleia Geral Yanomami, na comunidade Wathoriki, região do Demini, em Roraima. O evento aconteceu entre os dias 15 e 20 de outubro e reuniu lideranças indígenas, representantes governamentais e de organizações da sociedade civil para comemorar os 20 anos de homologação da Terra Indígena Yanomami (TIY), além de discutir os problemas enfrentados ao longo desse tempo e propor planos de atividades, a partir de programas voltados ao futuro da terra e das populações Yanomami e Ye’kuana.
Durante a assembleia, foram debatidos temas importantes para os Yanomami e Ye´kuana, tais como a atenção à saúde indígena, a retirada de invasores (garimpeiros, pescadores, fazendeiros e grileiros) da TIY e o projeto de lei que prevê a regulamentação da mineração em terras indígenas.
Também participaram das discussões Antônio Alves de Souza, da Secretaria Especial de Saúde Indígena – Sesai; Paulo Martins Maldos, da Secretaria Geral da Presidência da República – SG/PR; Fernando Machiavelli Pacheco, procurador da República em Roraima; além de representantes da Abin.
A presidenta da Funai enfatizou a importância, para os povos indígenas, de eventos dessa natureza: “É um momento de reflexão dos Yanomami junto aos parceiros e órgãos federais que atuam aqui na região. É um momento de avaliar e planejar também”, destacou.
Para o presidente da Hutukara Associação Yanomami – HAY, Davi Kopenawa, a reunião teve um saldo positivo, pois integrou diversas lideranças indígenas de Roraima, do Amazonas e da Venezuela com o intuito de pensar melhores condições de vida para o povo Yanomami e Ye´kuana: “Estamos muito felizes com a assembleia, queremos melhoramentos na nossa terra, queremos a paz de antes”, afirmou Davi.
Com informações da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye`kuana
domingo, 16 de setembro de 2012
Madeira ilegal é apreendida em reserva indígena
A Operação Arco de Fogo, comandada pela Polícia Federal no Maranhão, realizou ação de combate à extração ilegal de madeira em terras indígenas, nos dias 12 e 13 de setembro, nas localidades de povoado Centro do Elias e Quadra 80-I, do município de Maranhãozinho. A operação resultou na prisão em flagrante de dois motoristas de caminhão e de quatro seguranças que atuavam ilegalmente nos dois locais, e na apreensão de uma arma de fogo (revólver), um caminhão que transportava aproximadamente 6m³ de madeira extraída de forma ilegal, correntes que bloqueavam a entrada dos locais e fichas/tíquetes que eram obtidos na prefeitura de Maranhãozinho que permitiam a entrada controlada dos caminhões nas referidas localidades.
As investigações partiram de informações obtidas por equipes da Operação Arco de Fogo no final de 2011 de que a prefeitura de Maranhãozinho estaria cobrando “pedágio” para que caminhões de transporte de madeira entrassem nas terras indígenas de Alto Turiaçu, onde era extraída ilegalmente madeira em tora de árvores nativas de diversas essências.
Todos os envolvidos foram autuados em flagrante pelos crimes de transporte ilegal de madeira, conforme rege o art. 46, parágrafo único da Lei 9.605/98), furto de patrimônio da União, art. 155, par.4º. Inc. IV), c/c art. 29 do CP, e formação de quadrilha, art. 288 do CP, que podem gerar penas de até 15 anos de reclusão, e encaminhados para a carceragem da Polícia Civil do município de Governador Nunes Freire, onde permanecerão custodiados à disposição da Justiça Federal.
As investigações partiram de informações obtidas por equipes da Operação Arco de Fogo no final de 2011 de que a prefeitura de Maranhãozinho estaria cobrando “pedágio” para que caminhões de transporte de madeira entrassem nas terras indígenas de Alto Turiaçu, onde era extraída ilegalmente madeira em tora de árvores nativas de diversas essências.
Todos os envolvidos foram autuados em flagrante pelos crimes de transporte ilegal de madeira, conforme rege o art. 46, parágrafo único da Lei 9.605/98), furto de patrimônio da União, art. 155, par.4º. Inc. IV), c/c art. 29 do CP, e formação de quadrilha, art. 288 do CP, que podem gerar penas de até 15 anos de reclusão, e encaminhados para a carceragem da Polícia Civil do município de Governador Nunes Freire, onde permanecerão custodiados à disposição da Justiça Federal.
Fonte: O Imparcial – Imperatriz MA
Vanessa Moreira
URL curta: http://diariodograjau.com.br/?p=2084Conselho discute políticas públicas para povos indígenas
As políticas públicas para os povos indígenas nortearam as discussões da reunião ordinária deste mês do Conselho Estadual da Política de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Ceirma), realizada na tarde desta sexta-feira (14), na Secretaria de Estado da Igualdade Racial (Seir).
Durante a atividade os conselheiros ressaltaram a necessidade de atender às demandas dos povos indígenas em questões emergenciais como saúde, educação e regularização fundiária. Para colaborar com a discussão e apresentar dados referentes a essa população, a reunião contou com a participação do economista e tecnologista de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/MA), José Reinaldo Barros Júnior.
O economista apresentou os quesitos especiais do Censo para população indígena com dados da pesquisa de 2010, referentes à etnia, população, faixa etária, sexo e moradia. Para a secretaria-adjunta de Igualdade Racial e conselheira, Benigna Almeida, as informações irão qualificar a atuação do Ceirma. “É importante conhecer o perfil atual da população indígena do Maranhão para podermos garantir a esses povos o acesso às políticas públicas”, disse Benigna Almeida.
Também durante a reunião, a gestora de Ações Afirmativas da Seir, Jacinta Maria Santos, apresentou o relatório do 2º Seminário de Controle Social para Povos Indígenas, promovido pelo GT de Educação Indígena no início de setembro, em Aldeia Nova, no município de Amarante. Ela destacou que na oportunidade 120 representantes dos povos Guajajaras, Krikati e Gavião participaram das discussões sobre políticas públicas e controle social, e falaram sobre os problemas que enfrentam nas aldeias.
A gestora Jacinta Maria informou que entre os encaminhamentos do encontro está a inclusão de famílias indígenas no Programa de Consumidores de Baixa, articulação que será realizada pela Seir junto à Cemar, e a realização de encontro com estudantes universitários cotistas indígenas.
A reunião foi coordenada pela diretoria executiva composta pela secretária de estado da Igualdade Racial, Claudett Ribeiro, Célia Cristina da Silva Pinto (Grupo Conscientização Negra Ominirá, do município de Cururupu), Hélio dos Santos Júnior (Sagrima) e Ana Maria de Oliveira Freitas (Fetaema) e contou com a participação dos conselheiros Maria da Guia Viana (Seduc), Ana Lúcia Amorim (Seplan), Ana Luíza Borges (SES), Maria José Palhano ( Aconeruq), Raimunda Nonata Oliveira (APN’s), e Luiz Alves Ferreira (CCN/MA).
Fonte: Agência/Governo do Estado do Maranhão
URL curta: http://diariodograjau.com.br/?p=2070
Assinar:
Postagens (Atom)