Dois mil negativos estavam desaparecidos há 60 anos, em acervo do Museu do Índio, no Rio de Janeiro. Foram escolhidas 50 fotos para a exibição. Elas mostram cenas da vida de índios da década de 40.
Um acervo histórico foi descoberto no Museu do Índio, no Rio de Janeiro. São fotos tiradas há 60 anos pelo antropólogo Darcy Ribeiro. Entre elas, tribos indígenas já desaparecidas.
A beleza de um mundo que desaparecia e que o restante do mundo conhecia pouco registrada por um jovem mineiro, que pesquisou os povos indígenas no Brasil na década de 40.
Chamava-se Darcy Ribeiro. A convocação veio do homem que desbravou e ajudou a mapear o Brasil, o Marechal Rondon.
Darcy passou por Maranhão, Minas, Mato Grosso do Sul e Paraná. Fotografava o que via. De um povo, os índios Cafayé, apenas oito pessoas sobreviveram. E sumiram, assimiladas pelo chamado "progresso".
Com as fotos, aconteceu a mesma coisa. Sessenta anos depois, os negativos foram redescobertos nos arquivos do Museu do Índio, no Rio de Janeiro.
Quem encontrou foi um fotógrafo e antropólogo. Ele ficou surpreso com a maneira como Darcy Ribeiro captava aquelas vidas.
“Ele fotografou esses índios como alguém que fotografa um álbum de família, como fotografa os amigos, os parentes. É exatamente esse tipo de foto que faz a riqueza e a preciosidade dessa coleção Darcy Ribeiro”, explicou Milton Guran.
“Ele fotografou esses índios como alguém que fotografa um álbum de família, como fotografa os amigos, os parentes. É exatamente esse tipo de foto que faz a riqueza e a preciosidade dessa coleção Darcy Ribeiro”, explicou Milton Guran.
As 50 fotos que compõem a exposição nunca foram vistas antes, exceto por pesquisadores, e fazem parte de um acervo de quase duas mil.
Quando Darcy Ribeiro começou a fazê-las, tinha apenas 24 anos e ainda estava longe da fama que depois alcançaria como político, educador, escritor e antropólogo.
Rostos tatuados, caminhadas, brincadeiras infantis, danças, rituais. Ele via, se encantava, fotografava.
Décadas depois, comentou em um filme, que também faz parte da exposição, o cotidiano dos índios: “Gostava de ele mexer no meu bigode, como você vê em uma fotografia, eles mexendo no meu bigode”.
“Ele não era um virtuose da fotografia, mas ele era um virtuose da vida e ele soube registrar isso. Dessa vida, desse Brasil que vai ao encontro das suas origens, vai ao encontro da sua própria diversidade cultural”, declarou Milton Guran.
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