Segundo o laudo pericial, a morte da indígena, foi causada supostamente porque a mesma reagiu ao estupro.
Na madrugada da sexta-feira, 26, por volta de 2h, a indígena Conceição Krion Canela, 51 anos, do Povo Canela Ramkokamekrá, foi encontrada morta a pauladas no Povoado Escondido, interior do município de Barra do Corda, próximo a aldeia Ponto. Conceição não residia na aldeia, e sim no povoado aonde ocorreu o homicídio. Era casada com um não índio e foi violentada sexualmente.
Segundo o laudo pericial, a morte da indígena, foi causada supostamente porque a mesma reagiu ao estupro. As investigações policiais apontam dois suspeitos não indígenas, e já foi solicitada a prisão preventiva dos mesmos. A esposa de um dos suspeitos prestou depoimento na delegacia de Barra do Corda, confirmando que seu marido chegou em casa com a roupa suja de sangue.
O Povo Canela Ramkokamekrá está bastante abalado com a morte. Quinze deles se encontram em Barra do Corda acompanhando as investigações e clamam por justiça. O Padre Ezio Borsani, da Paróquia Santa Gianna Beretta está dando assistência aos indígenas, e abrindo possibilidades para que eles tenham voz nos canais de comunicação da imprensa local. Em conversa com o delegado que acompanha as investigações, este assegurou ao padre que os homicidas não ficarão impunes.
“Esta é mais uma das faces da violência sofrida pelos povos indígenas na região, além do preconceito, da discriminação e da violação de seus territórios” afirmou Irmã Ana Lúcia Carboni, da Pastoral Indigenista da Diocese de Grajaú.
Atualmente as relações entre Canelas e não indígenas ficaram tensas, desde que se iniciou o processo de ampliação da uma das Terras Indígenas Canela.
Informações: Pastoral Indigenista da Diocese de Grajaú.
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