Questões sobre identidade observadas no
livro Nômade de Ayaan Hirsi Ali
Depois de um
bom tempo ausente de nosso Blog, resolvemos retornar as nossas atividades
semanais e jornalísticas referente aos povos indígenas do Maranhão e Brasil.
Sempre observando as questões antropológicas, sociológicas e políticas desses
povos, tendo em vista o aprofundamento de temas que dizem respeito aos mesmos.
Para nosso
retorno, não quero falar sobre uma obra já lida por nós, apenas relatar alguns
pontos da obra de Ayaan Hirsi Ali, seu lançamento “Nômade”, onde a mesma trata
de suas viagens de exílio, primeiramente para a Holanda e depois para os
Estados Unidos, destacando a percepção e ações frente a sua família, Pai, Irmã
e Mãe (até onde li, e não consigo parar de ler).
A obra dessa
autora, com seus comentários frente ao conceito de homem e mulher, fez-me
remeter aos índios Timbira, como as mesmas vivem e se comportam frente aos homens, o modo de vida dos mesmos,
rituais e cultura em geral.
Observamos na
obra de Hirsi (2011), o sofrimento das mulheres muçulmanas em se tratando de
certos temas de suas sociedades, a impossibilidade de um feminismo ativista
entre os mesmos e o destacamento de mulheres para certas ações das esferas
daquela sociedade.
Já estivemos em
campo com algumas antropólogas e antropólogos que sempre nos questionava o que
seria melhor “ser” entre os Canelas, por exemplo, homem ou mulher. E sempre respondíamos
que dependia de como e em que circunstância. E acho que essa é a resposta mais plausível.
O homem Timbira
(Canela), por exemplo, em seus tempos históricos nasciam e eram treinados para
a guerra entre outras sociedades timbira, cresciam e se casavam, sempre
honrando e observando sua classe de
idade, metades e suas ligações matrilocais. Todos os dias pela manhã tomar dois
café da manhã, um em casa de matrimônio e outro na sua casa materna. No final
da tarde depois do banho, antes de ir para sua casa matrimonial, outra visita a
casa materna, nesse caso, às vezes um lanche antes de seguir.
Relacionamentos
extraconjugais eram sempre fruto de perguntas também e a resposta era, para as
mulheres essa forma de comportamento era mais fácil, devido aos mecanismos de
casamento entre os mesmos e as metades sazonais e de nascimento entre as famílias.
Os plantíos
(roças), os homens têm a obrigação de desenvolverem, mais as mesmas têm por
donas as esposas e filhas, os setores de plantíos são heranças matrilineares,
como antigos locais de grupos de mulheres, o circulo da aldeia é mantido
somente através do nascimento das mulheres e suas famílias.
As criticas
partem de algumas festas (rituais) entre os mesmos que têm as mulheres como atrizes
principais, como por exemplo, (krôjanpin) ou mesmo Festa da Laranja,
antagonismos antropológicos. Para algumas feministas tais rituais são
distorcidos e alvo de criticas, mesmo assim me pergunto, e em nossas pesquisas
nos perguntávamos, se essas mulheres que
participam desses ritos são obrigadas a participar....se gostam....quais os
sentimentos instigados as mesmas...
Dessa forma,
percorro o livro de Ayaan Hirsi Ali (2011) tentando sempre observar esses
pontos, e fazendo o quadro de comparação entre as duas perspectivas, que são
diferentes, em continentes distantes, momentos afastados, exercícios para a
mente e para o relativismo cultural.
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